Uma coisa é clara em quem sente pena: você está querendo resolver situações ou mudar a vida de alguém que na sua avaliação está com algum sofrimento. A verdade é que pena, na maioria dos casos, esconde uma crença de que os outros não capazes de resolver os seus problemas. Pena é quando você quer ser solidário, mas em não acredita na capacidade do outro. É um sentimento “meio pobre”, não enriquece quem sente e quem é alvo desse sentimento. É como se pena fosse amor e, sendo assim, sua obrigação seria colocar sobre as costas as dores, os problemas e a vida de quem ama.
Isso não é amor, é neurose. Toda vez que você fica com muita pena de alguém, você primeiramente está dizendo que não acredita na competência daquela pessoa para resolver os problemas que a ela pertencem, e, além disso, você está aplicando essa cultura de que amar é adotar o outro e tomar conta da vida dele.
Com base nessa cultura, relações afetivas adoecem e abrem campo para o abuso e a traição, parentes exploram a boa fé uns dos outros, colegas de trabalho te entopem de trabalho que você não tinha que fazer, vizinhos deseducados ultrapassam os seus direitos de convivência social e filhos egoístas abusam de seus limites.
Amar, antes de tudo, é saber de proteger dos problemas que compete aos outros resolver. Você ama alguém? Então incentive essa pessoa a acreditar nela para que ela faça o que somente a ela compete fazer. Amor não é ter dó. Essa dó que muitas pessoas sentem, no fundo, é um sintoma de desamor a si mesmo, carência e solidão.
Quem ama, de verdade, ao contrário, acredita na capacidade alheia e mesmo que se sensibilize com as limitações e dificuldades dos outros, jamais fará esse estágio enfermiço nos domínios do sentimentalismo.
Incentive o amor próprio do outro e cultive seu próprio amor.
FONTE :AMOR PRÓPRIO
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