NÃO NOS
PERMITAMOS
Refletindo sobre
nossos companheiros de jornada, é provável que, em alguns momentos da vida, nos
deparemos com uma angustiante questão.
Olhamos para nossos
pais, cônjuge, filhos ou amigos e nos perguntamos: Quando foi a última vez que recebi ou que lhes
ofertei um abraço?
O toque, seja
através do afago, do beijo ou do abraço expressa nossos sentimentos, enche a
vida de ternura e aquece a alma de quem o oferece e de quem o
recebe.
As manifestações
sinceras de afeto fazem as pessoas se sentirem amadas e queridas pois demonstram
o amor que as envolve.
Ter a liberdade de
falar sobre os sentimentos e expressá-los, com equilíbrio e sensatez, também
mantém apertados os laços que nos unem às pessoas com as quais nos
relacionamos.
Ao constatarmos a
distância estabelecida sutilmente entre os afetos, uma grande tristeza nos
invade. É o momento em que nos questionamos: Quando e como começou a ser estabelecida essa
distância?
Como pudemos
permitir que chegasse a esse ponto? Quem foram os responsáveis? E agora? Como
fazer para construir novamente essa ponte de ligação com as pessoas
amadas?
Olhamos para trás
buscando as respostas, na tentativa de começar a construir um caminho diferente,
uma nova aproximação.
Muitas vezes, essas
respostas não serão facilmente encontradas pois, por mais que busquemos nos
arquivos de nossa memória, será difícil identificar o registro de quando foi que
tudo começou.
Essa análise do
passado é importante, pois descobrindo onde erramos, podemos, a partir dessa
constatação, agir de outra forma.
Verificamos então,
que talvez tenhamos nos permitido adotar algumas atitudes que podem ter nos
distanciado lenta e gradativamente dos seres amados.
Foi
o Bom dia deixado de lado pela
pressa de começar logo as atividades de mais uma jornada de trabalho; o
Boa noite esquecido, vencido
pelo cansaço.
Os sentimentos
ocultados pela quietude diária, onde cada um se envolve apenas com suas próprias
questões pessoais.
A falta de
compreensão e de companheirismo, o egoísmo, as mentiras sutis, as mágoas
acumuladas e os pequenos desentendimentos.
Essas atitudes são
como gotas pequeninas que, com o tempo, se transformam em imensos
oceanos.
E quando nos damos
conta, não mais sabemos atravessar esse espaço e tocar alguém que tanto
estimamos.
* *
*
Não deixemos que
isso aconteça pois transpor essa distância que construímos é uma difícil
tarefa.
Não nos permitamos
deixar de dar o sorriso de boas vindas, o abraço de despedida, o afago de boa
noite e de bom dia. Esse esquecimento pode significar o início dessa barreira
invisível que se forma entre as pessoas.
Falar sobre os
sentimentos, perguntar com interesse como vai o outro, escutar, importar-se,
perceber o que incomoda, vibrar com o que felicita, dividir as angústias e as
alegrias, faz muita diferença.
Lembremos que todas
as manifestações sinceras de carinho e amor são vibrações que envolvem o
próximo, aquecem as almas, alegram e embelezam a vida.
Momento
Espirita
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