Quando se contam histórias de triunfadores, de pessoas que venceram óbices e alcançaram seus sonhos, a reação de muitos é de incredulidade. Ou, então, se ouvem expressões como: Bom, mas esse é um caso em mil... ou milhão. No entanto, cada vez mais se apontam exemplos de tenacidade, de esforço hercúleo, de criaturas que superaram todas as expectativas. E era justamente por esse motivo que aquele caminhoneiro, sentado na plateia, chorava sem parar. Ele estava acostumado a viajar pelas estradas deste imenso país. Semanas e semanas longe do aconchego do lar, vencendo os quilômetros, entregando preciosas cargas, em obediência a prazos apertados. Um trabalho solitário, na boleia do seu caminhão, dirigindo horas a fio. Vez ou outra, uma buzina amiga lhe diz que outro solitário motorista se encontra, também, vencendo a estrada, quilômetro a quilômetro. Um acenar de mãos, um sorriso. Depois, o retorno à monotonia do asfalto. Sol, chuva, frio, calor, lá está o senhor Renê Martins no seu mister. Naquele final do ano de 2009, ele apertava a mão da esposa, dona de casa, ao seu lado, igualmente emocionada e procurava entender como seu filho chegara tão longe. Seu filho, um belo rapaz de vinte e sete anos, Wallace, ali estava para receber um prêmio internacional em um Congresso sobre Processamento de Sinais. Nascido e criado numa zona de guerra do Rio de Janeiro, o Complexo do Alemão, Wallace já fora o centro das atenções na formatura da turma da Faculdade de Engenharia Eletrônica e da Computação, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Cursando o doutorado, ele mostrou ser possível usar pequenos artifícios para aumentar a quantidade de dados transmitidos por TV digital e banda larga móvel. O filho de um caminhoneiro e uma dona de casa, nascido em local de intranquilidade e, para muitos, símbolo de desordem e criminalidade. Mais um vencedor. Mais um exemplo a ser seguido. Em tempos em que tanto se fala a respeito de jovens envolvidos com drogas, com festas rave e outras loucuras, alguém que demonstra o valor da vontade. Quando se ouve que quem não tem apadrinhamento no mundo não vence, é bom conhecer a história de Wallace que, à semelhança de outros tantos, venceu por seu esforço, por sua dedicação aos estudos. E diz, através do seu exemplo, a todos os jovens como ele próprio, ou aos adolescentes que se preparam para o ingresso universitário, que não importam raízes, quando se perseguem metas com tenacidade. Demonstra que o mundo bom pelo qual anelamos vai se alicerçando, a pouco e pouco, embora, na face da Terra. Exemplifica que, quando se vão colher louros, não se deve esquecer dos que nos ofertaram o corpo físico, nos alimentaram e conosco sonharam: nossos pais. Finalmente, de que é o Espírito imortal que define diretrizes e pode, energicamente, suplantar óbices, afastar pedregulhos e conquistar sonhos. Pode-se, enfim, tocar as estrelas e conquistar a lua. Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com base em fato, narrado por Carlos Rydlewski,
Mensagens
Era uma vez... As histórias maravilhosas
começam assim. Não importa o tamanho delas. Se começam por era uma vez,
são sempre maravilhosas. Pois era uma vez um homem. Um homem pobre que
de precioso só tinha um cálice. Nele, ele bebia a água do riacho que
passava próximo à sua casa. Nele, bebia leite, quando o conseguia, em
troca de algum trabalho. Era pobre, mas feliz. Feliz com sua esposa, que
o amava. Feliz em sua pequena casa, que o sol abraçava nos dias
quentes, tornando-a semelhante a um forno. Feliz com a árvore nos fundos
do terreno, onde escapava da canícula. Saía pelas manhãs em busca de
algum trabalho que lhe garantisse o alimento a ele e à esposa, a cada
dia. Assim transcorria a vida, em calma e felicidade. Nas tardes mornas,
quando retornava ao lar, era sempre recebido com muita alegria. Era um
homem feliz. Trazia o coração em paz, sem maiores vôos de ambição.
Então, um dia... Sempre há um dia em que as coisas acontecem e mudam o
rumo da História. Pois, nesse dia, nem ele mesmo sabendo o porquê, uma
lágrima caiu de seus olhos, dentro do cálice. De imediato, o homem ouviu
um pequeno ruído, como de algo sólido, que bateu no fundo do
recipiente. Olhou e recolheu entre os dedos uma pérola. Sua lágrima se
transformara em uma pérola. Então, o homem pensou que poderia ficar
muito rico se chorasse bastante.
Como não tinha motivos para chorar, ele começou a criá-los. Precisava
se tornar uma pessoa triste, chorosa, para enriquecer. Com o dinheiro da
venda das pérolas pensava comprar lindas roupas para sua esposa, uma
casa mais confortável, propriedades, um carro. E assim foi. Ele começou a
buscar motivos para ficar triste e para chorar muito. Conseguiu muitas
riquezas. Ele poderia tornar a ser feliz. No entanto, desejava mais. As
pequenas coisas que antes lhe ofertavam alegrias, agora, de nada valiam.
Que lhe importava o raio de sol para se aquecer no inverno? Com
dinheiro, ele mandou colocar calefação interna em toda sua residência.
Por que aguardar os ventos generosos para arrefecer o calor nos dias de
verão? Com dinheiro, ele pediu para ser instalado ar condicionado em
toda a sua casa. E no carro, e no escritório que adquiriu para gerir os
negócios que o dinheiro gerara. E a tristeza sempre precisava ser maior.
Do tamanho da ambição que o dominava. Nunca era o bastante. Os afagos
da esposa, no final do dia e nos amanheceres de luz deixaram de ser
imprescindíveis. Ele não podia perder tempo. Precisava chorar. Precisava
descobrir fórmulas de ficar mais triste e derramar mais lágrimas.
Finalmente, quando o homem se deu conta, estava sem esposa, sem amigos.
Só... Com seu dinheiro, toda sua imensa fortuna. Chorando agora, estava
tão desolado, que nem mais se importava em despejar o dique das lágrimas
no cálice. A depressão tomara conta dele e nada mais tinha significado.
A história parece um conto de fadas. Mas nos leva a nos perguntarmos
quantas vezes desprezamos os tesouros que temos, indo à cata de riquezas
efêmeras. Pensemos nisso e não desperdicemos os valores verdadeiros de
que dispomos. Nem pensemos em trocá-los por posses exageradas. A tudo
confiramos o devido valor, jamais perdendo nossa alegria. Haveres
conquistados à troca de infelicidade somente geram infelicidade.
Pensemos nisso!
Mensagens
Quais são os nossos talentos? Esta pergunta é
algo que vale a pena fazermos para nós mesmos. Há quem diga que não os
tem, que não consiga fazer nada direito, que não tem nada para oferecer
de bom. Há outros que imaginam que talento é algo para pessoas
especiais, predestinadas. Que são poucos aqueles que efetivamente têm
algum. Se analisarmos mais detidamente, conseguiremos perceber que todos
nós, de alguma forma, temos talentos. Alguns têm inteligência
privilegiada e, logo mostram seu talento na capacidade pensante, nos
raciocínios lógicos, nas deduções brilhantes. Outros são talentosos no
trato com as pessoas. Conseguem travar conversa agradável com quem quer
que seja, apresentam sempre uma palavra amiga, um comentário feliz. Há
outros que têm talento inegável na profissão que escolhem. Realizam-na
com prazer e dedicação, produzem com esmero e qualidade, oferecendo
sempre o melhor, o inusitado, o surpreendente. Mesmo em situações que
muitos não dão a importância devida, há muito talento se expressando. A
dona de casa, embora muitas vezes sem reconhecimento, é quem, com muito
talento, administra o orçamento, planeja o cardápio, gerencia o asseio
do lar. Isso, sem talento, seria sempre tarefa incompleta ou mal
feita... Dispomos de potencialidades, capacidades que podemos utilizar
como instrumentos de contribuição para a sociedade em que vivemos.
Quantas histórias não escutamos sobre maestros, músicos, artistas que
multiplicam seu talento em atividades sociais, comunitárias, ensinando a
crianças e jovens as belezas de sua arte. Quantos não são os
professores que, talentosos, sabem honrar seu ofício, indo além do dever
profissional que lhes cabe, sendo mestres a conduzir mentes, a
construir cidadãos, a forjar positivamente caracteres. Há, e não são
poucos, executivos talentosos que, amealhando grandes somas graças à sua
inegável capacidade de negócios, utilizam seu dinheiro para fazer o
bem, produzir o bom e o belo, conscientes de que de nada valeria guardar
em frios cofres o resultado monetário dessa sua potencialidade. Não
importa em que ou quanto somos bons, quais os nossos talentos. Sempre
haverá a possibilidade de multiplicá-los, de fazê-los crescer e produzir
frutos em benefício de tantos. * * * Assim, ao percebermos os talentos
de que dispomos, aproveitemo-los para que possam beneficiar o meio em
que estivermos. Madre Tereza de Calcutá usou do seu talento de amar ao
próximo para modificar as paisagens do planeta. Albert Einstein não
poupou seu talento para que a Ciência ganhasse novos horizontes. Porém,
se ainda não conseguimos acessar capacidades dessa magnitude, façamos
aquilo que já nos cabe. Talvez não modifiquemos a história do mundo, nem
consigamos deixar nosso nome marcado nos compêndios da ciência ou da
arte. Mas valerá a pena se, com nosso talento, pudermos contribuir para
que uma vida se faça melhor, que o dia de alguém se torne mais suave, ou
que a estrada de algum outro possa ter, ao menos, uma flor a mais
plantada, adornando o seu caminhar. Redação do Momento Espírita.
Olhe para elas... Como gotas frescas de orvalho
repousando nas folhas – presentes do céu. Esticando e virando,
escorregando e caindo... Como pérolas delicadas - brilhando com
sorrisos. Não deixemos perder essas pequenas estrelas na Terra... Como o
brilho do sol, em um dia de inverno, banha um jardim dourado, elas
afugentam as trevas de nossos corações e aquecem nosso ser. Não deixemos
perder essas pequenas estrelas na Terra... Como fontes de cores ou
borboletas sobre flores, como o amor que se basta. Elas são ondas de
esperança, são a aurora dos sonhos e eterna alegria. Não deixemos perder
essas estrelas na Terra. E na densa escuridão, no âmago da noite, elas
são a chama que dispersa o temor; como a fragrância de um pomar que
preenche os ares;como um caleidoscópio e suas miríades de cores, como
flores crescendo em direção ao sol;como notas de flauta em uma quieta
floresta. Elas são um sopro de ar fresco, o ritmo e música da vida. Não
deixemos perder essas pequenas estrelas na Terra. Como a vida que pulsa,
como botões destinados a florir. Como a brisa fresca da estação, elas
são bênçãos de nossos ancestrais... Não deixemos perder essas pequenas
estrelas na Terra.
Oscilações da economia com freqüência
jogam por terra planos longamente acalentados. O passar do tempo pouco a
pouco dilapida o vigor físico. Amigos e familiares desencarnam. Por sua
natureza material, a Terra é um local de transição. Nela há certas
vicissitudes inevitáveis, como a dor, a doença e a morte do corpo
físico. Esses fenômenos são comuns e até certo ponto aceitos com
naturalidade. O que possui o condão de tornar o viver terreno realmente
áspero são as fissuras morais dos homens. Fôssemos todos leais e
bondosos e a vida na Terra seria um paraíso. Mas por ora não é assim. O
egoísmo persiste forte nos corações humanos. É ele que faz com que
busquemos nossos interesses imediatos, despreocupados das tragédias e
dores que causamos aos outros. Com base nessa realidade, muitos
acreditamos que a raça humana não tem jeito. Achamos que tudo está mesmo
perdido e procuramos nos envolver o mínimo possível no que ocorre a
nossa volta. Deixamos de votar, de nos indignar e de cobrar uma postura
ética no comportamento político e social. Esse gênero de comportamento
não é novo. No âmbito religioso, por séculos houve a tendência de
candidatos à santificação retirarem-se do mundo. Gastavam o tempo em
cerimônias e preces, esquecidos das dificuldades dos que permaneciam
envoltos nos afazeres mundanos. A frase do Cristo, na qual ele diz que
Seu Reino não é deste Mundo, costuma ser invocada como sustentáculo
desse proceder. Entretanto, Jesus jamais demonstrou desprezo pelo Mundo e
por suas criaturas. Enquanto aqui esteve, Ele se dedicou a educar e a
curar os enfermos do corpo e da alma. Em dada oportunidade, afirmou que
Seus seguidores deveriam ser o sal da Terra e a luz do Mundo. Esse
enunciado certamente significa que o cristão precisa fazer a diferença.
Que ele deve agir para que o Mundo se converta em um local mais justo e
fraterno. Assim, não utilize os quadros chocantes da Terra como desculpa
para cruzar os braços. Pense que você tem um papel a cumprir no
contexto em que está inserido. Mire-se nos exemplos do Cristo e viva com
muita correção. Trabalhe, sirva, seja leal, indulgente e compreensivo.
Mas não enterre e nem esconda os seus talentos. Saia de seu círculo mais
restrito de relações e aja para que o Mundo se torne um lugar melhor.
Desenvolva ideais de elevação e pureza e os partilhe com o próximo.
Indigne-se com os desmandos da política e cobre reformas. Sinta-se
responsável pelo local em que vive. Lentamente tudo se transforma e
aprimora. As leis humanas estão em constante aperfeiçoamento. Certas
práticas iníquas do passado, como o duelo e a escravidão, hoje não são
mais admitidas. Muitos de nós lutamos para que cada melhora ocorresse.
Reflita sobre isso e torne-se um artífice do progresso. Você
experimentará algumas dores e decepções ao se envolver em questões
sociais. Mas saberá que cumpriu a parte que lhe toca na construção de um
mundo melhor. No ocaso de sua vida terrena, quando tudo o mais se
extinguir, a paz pelo dever bem cumprido persistirá em seu coração.
Pense nisso.
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