Tal
termo, cunhado por Allan Kardec, se refere a um "corpo fluídico", semi
material, que liga o Espírito, estrutura imaterial e eterna, ao corpo,
material e perecível. Tem a mesma forma do corpo físico, e é também
responsável por sua formação. Isso porque o perispírito é o nosso
"arquivo da alma"; tudo que fazemos ao nosso corpo material, pela íntima
relação célula a célula com o períspirito, também se manifesta em nosso
perispírito. De modo que um fumante inveterado nesta encarnação sofrerá
as consequencias do fumo além-túmulo também, uma vez que seu
perispírito também fora lesado. Essa lesão repercutirá em nova
existência, por meio da reencarnação, uma vez que o perispírito servirá
de molde para a diferenciação celular e formação de todos os órgãos,
constituindo no corpo físico, as consequencias de seus próprios atos e o
roteiro para um novo caminho de evolução e mudança de comportamento.
Embora tal registro ocorra em
sua estrutura, é impossível "lembrar-se" de todas as existências por
meio do perispírito. Isso porque o Espírito seleciona apenas as
experiências que agregaram valor intelectual e moral a seu cabedal de
conhecimento. Assim, à medida que a criatura evolui, se espiritualiza, o
perispírito vai se tornando mais sutil, e todas as memórias tornam-se
patrimônio do Espírito. Chegaremos a um ponto, portanto, em que não
precisaremos mais reencarnar, e o perispírito inexistirá; seremos apenas
Espírito.
O perispírito, ou "corpo
espiritual", possui, como o corpo físico, diversas estruturas que o
compõe, sendo os centros de força (ou chakras, na terminologia hindu),
as mais conhecidas. Tais pontos são acumuladores e distribuidores de
energias no perispírito e constituem a base da terapêutica espírita de
passes, por estarem muitas vezes em desequilíbrio, bloqueando
determinados fluxos energéticos. É também sensível a diversas formas
outras de perturbação, como por larvas mentais (criações ideoplásticas
inferiores, que se alimentam de nossos pensamentos) e até mesmo complexa
aparelhagem da dimensão espiritual, constituindo obsessões complexas
muitas vezes de difícil resolução. O maquinário celular físico, produz
ainda, fora as excretas eliminadas pelo próprio corpo, formas
espectrais, digamos assim, decorrentes do metabolismo de tudo que por
ele é consumido, sendo possível ver essas emanações no períspirito (tais
emanações constituem a aura, que reflete não somente o metabolismo
celular mas psíquico e espiritual do ser também).
Uma outra função não menos
importante do perispírito é permitir a manifestação espiritual. Os
médiuns registram por meio de pontos sensíveis em seu perispírito a
presença de Amigos Espirituais ou entidades perturbadas. Esses pontos
são meticulosamente estudados pelos Mentores quando deseja-se
desenvolver e educar a mediunidade.
Temos o perispírito, então, como
uma estrutura nobre, que nos permite reconhecer nossa unidade no tempo e
no espaço, preservando-nos a forma, nos reajustando com nós mesmos e
brilhando, conosco, ante as bênçãos resplandecentes da mediunidade
instrutiva com Jesus.
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