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quinta-feira, 27 de junho de 2013

IFÁ







Ifá 1 , (em yoruba: Ifá) é o nome de um oráculo africano. É um sistema de adivinhação que se originou na África Ocidental entre os yorubas, na Nigéria. É também designado por Fa entre os Fon e Afa entre os Ewe. Não é propriamente uma divindade (Orixá), é o porta-voz de Orunmilá e dos outros orixás.

O sistema pertence as religiões tradicionais africanas mas também é praticado entre os adeptos da Lukumí de Cuba através da Regla de Ocha, Candomblé no Brasil através do Culto de Ifá, e similares transplantadas para o Novo Mundo.







Da Nigéria são dois os listados como Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade: O Gelede, que também é praticado no Benin e Togo, e os Ifa Divination System, e em estudo na Nigéria um sistema de Tesouros Humanos Vivos e esforços para salvaguardar o suas línguas ameaçadas.
UNESCO
Unesco Cultura, Nigéria
The Ifa Divination System


O Orixá Orumilá é também chamado de Ifá, ou Orunmila-Ifa e também é denominado frequentemente Agbonniregun
("Aquele que é mais eficaz do que qualquer remédio"). Em caso de dúvida
Ifá é consultado pelas pessoas que precisam de uma decisão, que queiram
saber sobre casamentos, viagens, negócios importantes, doenças, ou por
motivo religioso.

Para os yorubas o sacerdote é o babalawo e entre os Fons e Ewes recebe a designação de bokonon, e o sistema de adivinhação é o mesmo. O babalawo (pai do segredo) recebe as indicações para as respostas através dos signos (odù) de Ifá.









Orunmilá é o orixá e divindade da profecia. Ifá é o nome do Oráculo utilizado por Orunmilá. O Culto de Ifá pertence a religião yoruba.O culto do vodun Fa é originário de Ile Ifè, e chegou ao antigo Dahomey pelas mãos de sacerdotes imigrados do território yoruba já a partir do século XVII, mas sua instalação oficial como uma das divindades reconhecidas pelo rei de Abomey teria se dado ou através do babalawo Adéléèyé, de Ile Ifè que chegou a Abomey no reinado de Agadjá (1708-1732) , junto com outros (Gongon, Abikobi, Ato e Gbélò), ou pela princesa Nà Hwanjele, mãe do rei Tegbessu (1732-1775), que era de origem yoruba. Os sacerdotes de Fá são chamados em fon de bokonon, o correspondente a babalawo dos yoruba. O bokonon da corte de Abomey
é um dos dignitários do rei reconhecido na categoria de príncipe e está
entre os poucos autorizados a vestir djelaba em público e a permanecer
com a cabeça coberta diante do rei e da rainha-mãe


Métodos utilizados

O Babalawo (pai que possui o segredo), é o sacerdote do Culto de Ifá.
Ele é o responsável pelos rituais, iniciações, todos no culto dependem
de sua orientação e nada pode escapar de seu controle. Por garantia, ele
dispõe de três métodos diferentes de consultar o Oráculo e, por
intermédio deles, interpretar os desejos e determinações dos Orixás. Òpelè-Ifá, Jogo de Ikins.








O Culto de Ifá é oriundo das Religiões tradicionais africanas, ligado ao Orixá Orunmilá-Ifá da religião yoruba. Com a ida destas culturas para Brasil e Caribe, nos períodos do tráfico negreiro, alguns sacerdotes (chamados babalawo (yoruba) e Bokono (ewe/fon).) foram levados para estes países, estando ligados às religiões Candomblé (Brasil) e Santeria através da Regla de Ocha (Cuba).

O culto de Ifá é um sistema divinatório, empregado na África e nos países para onde foi disseminado para decisões de cunho religioso ou social. Utiliza três técnicas diferentes (Opelê, Ikins e Merindilogun), que têm em comum os Odú-Ifá, os signos.

As mulheres também podem ser iniciadas no culto, quando passam a ser chamadas apetebis (esposas de Orunmilá), mas os sacerdotes - babalawôs - sempre são homens heterossexuais, sendo vedado às apetebis jogar Opelê ou Ikins. O Merindilogun
é o jogo dos OBAORIATES sendo permitido as mulheres a usarem o EKURÓ.
As pessoas ebomis que não são iniciadas em Ifá usam o OBANIKA.

O Culto de Ifá tem um rígido e complexo sistema de conduta moral relativo a seus adeptos, expresso no Odu Ikafun, onde surgem os dezesseis mandamentos de Ifá.

Os primeiros a escreverem sobre Ifá no Brasil[carece de fontes], obras publicadas em português foram sacerdotes Umbandistas. W. W. da Matta e Silva, conhecido como Mestre Yapacani já descrevia em 1956 um dos inúmeros sistemas de Ifá em suas obras. Seus discípulos, Francisco Rivas Neto (Mestre Arapiaga) e Ivan H. Costa (Mestre Itaoman) escreveram, nos anos 90, obras descritivas sobre o oráculo.




Opon-Ifá, tábua sagrada feita de madeira e esculpida em diversos formatos, redonda [2], retangular, quadrada, oval,[3] utilizada para marcar os sígnos dos Odús (obtidos com o jogo de Ikins) sobre um pó chamado Ierosum. Método divinatório do Culto de Ifá utilizado pelos babalawos. Irofá instrumento utilizado pelo babalawo durante o jogo de Ikin com o qual bate na tábua Opon-Ifá com a finalidade de chamar a atenção de Odu para sí, entre outras.






O Òpelè-Ifá ou Rosário de Ifá é um colar aberto composto de um fio trançado de palha-da-costa
ou fio de algodão, que tem pendentes oito metades de fava de opele, é
um instrumento divinatório dos tradicionais sacerdotes de Ifá.

Existem outros modelos mais modernos de Opele-Ifá, feitos com
correntes de metal intercaladas com vários tipos de sementes, moedas ou
pedras semi-preciosas.[4][5]

O jogo de Opele-Ifá é o mais praticado por ser a forma mais
rápida, pois a pessoa não necessita perguntar em voz alta, o que permite
o resguardo de sua privacidade, também de uso exclusivo dos Babalawos,
com um único lançamento do rosário divinatório aparecem 2 figuras que
possuem um lado côncavo e outro convexo, que combinadas, formam o Odú.



Jogo de Ikin

O Jogo de Ikin é utilizado em cerimônias relevantes de forma
obrigatória, ou igualmente de modo usual, vai de cada Babalawo o seu
uso, sendo uso restrito e exclusivo dos mesmos babalawo. O jogo compõe-se de 16 nozes de um tipo especial de dendezeiro Ikin,
são manipuladas pelo babalawo com a finalidade de se configurar o signo
do Odú a ser interpretado e transmitido ao consulente. São colocados na
palma da mão esquerda, e com a mão direita rapidamente o babalawo tenta
retirá-los de uma vez com um tapa na mão oposta, no intuito de se obter
um número par ou ímpar de ikins em sua mão. Caso não sobre nenhum ikin
na mão esquerda, a jogada é nula e deve ser repetida. Ao restar um
número par ou ímpar de ikins em sua mão, se fará dois ou um traço da
composição do signo do odu que será revelado polo sistema oracular. A
determinação do Odú
é a quantidade de Ikin que sobrou na mão esquerda. O mesmo será
transcrito para o Opon Ifá sobre o pó do Iyerossún que deve ser riscado
sobre o Iyerossún que está espalhado no Opon-Ifa,
para um risco usa o dedo médio da mão direita e para dois riscos usa
dois dedos o anular e o médio da mão direita. Deverá repetir a operação
quantas vezes forem necessárias até obter duas colunas paralelas
riscadas da direita para a esquerda com quatro sinais, formando assim a
configuração do signo de Odu.
Oráculo

O oráculo 2 consiste em um grupo de cocos de dendezeiro ou Búzios, ou réplicas destes, que são lançados para criar dados binários,
dependendo se eles caem com a face para cima ou para baixo. Os cocos
são manipulados entre as mãos do adivinho , e no final são contados,
para determinar aleatoriamente se uma certa quantidade deles foi retida.
As conchas ou as réplicas são freqüentemente atadas em uma corrente
divinatória, quatro de cada lado. Quatro caídas ou búzios fazem um dos
dezesseis padrões básicos (um odu, na língua Yoruba); dois de cada um destes se combinam para criar um conjunto total de 256 odus. Cada um destes odus é associado com um repertório tradicional de versos (Itan), freqüentemente relacionados à Mitologia Yoruba, que explica seu significado divinatório. O sistema é consagrado aos orixás Orunmila-Ifa, orixá da profecia e a Exu que, como o mensageiro dos Orixás, confere autoridade ao oráculo.









O sistema inteiro traz uma semelhança superficial com os sistemas ocidentais de
geomancia. Suspeita-se que a geomancia ocidental é um empréstimo de um sistema criado pelos Árabes e trazida para o norte da África, onde foi aprendida pelos europeus durante as Cruzadas. Muito embora possua um número diferente de símbolos, o sistema carrega também alguma semelhança com sistema chinês do I Ching.

O Babalaô brasileiro William de Ayrá (Mestre Obashanan, discípulo de
Mestre Arapiagha) foi o primeiro a realizar um estudo comparativo sério e
eficaz entre o Ifá, o I-ching, Geomancia e o cabalismo de diversas
culturas, com resultados filosóficos e divinatórios comprovados.

Os primeiros a escreverem sobre Ifá no Brasil foram sacerdotes
Umbandistas. W.W. da Matta e Silva, conhecido como Mestre Yapacani já
descrevia em 1956 um dos inúmeros sistemas de Ifá em suas obras. Seus
discípulos, Francisco Rivas Neto (Mestre Arapiaga) e Ivan H. Costa
(Mestre Itaoman) escreveram, nos anos 90, obras descritivas sobre o
oráculo. A tradição africana de Ifá só chegou ao Brasil via africanos e
Cubanos muito mais tarde.
Odu

Cada odù é formado por um conjunto constituído por duas
colunas verticais e paralelas de quatro índices cada. Cada um desses
índices compõem-se de um traço vertical ou de dois traços verticais
paralelos que o babalawo traça no pó (iyerosun) espalhado sobre um tabuleiro de madeira esculpida (Opon-Ifá) à medida que vai extraindo os resultados pela manipulação dos cocos de dendezeiro ou ikin-ifá.

O babalawo detecta esse odù manipulando caroços de dendê (Ikin) ou jogando o rosário de Ifá chamado (Opele-Ifa).

Existem 256 odù, correspondendo cada um a uma série lendas (Itan).
Ífa

Não ixiste uma receita para fazer, não se tem uma lista de coisas
para que esse Odú seja revelado, tudo depende da pessoa. Cada pessoa
possui um destino próprio, assim como o Etutu (Ebó) que se define no
jogo. Quem vem de um sistema de jogo de buzios, precisa mudar tudo que
viu e aprendeu para Ífa possa fazer parte da sua vida.
Referências

Bascom, William - Ifa Divination traduzido
[www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=DCDoZn31AYY El sistema de adivinación Ifa]
Maupoil, Bernard, 1906 - La géomancie à l'ancienne Côte des
Esclaves, African Art, Geomancy—Africa, West - Slave Coast, Ethnology -
Africa, West - Slave Coast. ISBN 2-85265-012-6
William R. Bascom: Ifa Divination: Communication Between Gods and Men in West Africa
[ISBN 0-253-20638-3]
William R. Bascom: Sixteen Cowries: Yoruba Divination from Africa to the New World
[ISBN 0-253-20847-5]
William R. Bascom: IFa Divination - Indiana University Press - Bloomington and Indianapolis
[ISBN 0-253-32890-X]
[ISBN 0-253-20638-3 (pbk)]
The Sacred Ifa Oracle - Afolabi A. Epega and Philip John Neimark - Harper San Francisco
[ISBN 0-06-250309-X (pbk)]
[ISBN 0-06-251230-7 (cloth)]
Ifa - African Gods Speak - The Oracle of the Yoruba in Nigeria - Christoph Staewen - LIT Verlag
[ISBN 3-8258-2813-1]
Jorge Escobar -Vivências em Ífa

 
 












 
 







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