Ser ou não ser, eis a questão"
Vinélius Di Marco
Todos
nós nos dizemos espíritas, porque todos queremos ser espíritas. Será
que somos, realmente? Será que sabemos ser espíritas? Eis duas perguntas
aparentemente fáceis de responder, mas, na realidade, tão difíceis
quanto ser, verdadeiramente, conscientemente, espírita.De certo modo, somos espíritas, porque acreditamos nas manifestações das almas desencarnadas no mundo físico, porque os fatos nos trouxeram a convicção inabalável dessa maravilhosa realidade, além de evidências outras que provam, à saciedade, a existência do plano invisível. Disse Kardec que é espírita "o que tem relação com Espiritismo: adepto do Espiritismo aquele que crê nas manifestações dos Espíritos" ("O Livro dos Médiuns", pagina 411).
Mas, há diversas gradações de espíritas. Uma condição distingue o espírita perfeitamente consciente de seus deveres doutrinários: a vontade de estudar, para compreender, cada vez melhor, os problemas que nos darão meios de conhecer, em toda a sua extensão e profundidade, o Espiritismo Cristão, a Doutrina Espírita, que é a sua espinha dorsal. Estudando, o espírita adotará uma atitude serena em face de qualquer manifestação fenomênica, nada afirmando ou negando sem demorada reflexão, seguindo, a este respeito, o exemplo do eminente Allan Kardec. Para os gratuitos desafetos do Espiritismo, somos demasiado crédulos, acreditamos sem vacilação em tudo que nos apareça de natureza espiritual.Ora, isso não é totalmente verdade.Há sem dúvida, e isso não acontece somente no Espiritismo, os crédulos sistemáticos, mas há, igualmente, os que seguem o exemplo e as recomendações de Allan Kardec, examinando e refletindo antes de aceitar, em definitivo, certas manifestações mediúnicas. E são esses os que beneficiam o Espiritismo pela segurança de suas opiniões, pelo equilíbrio dos seus pontos de vista, quando defrontam os cépticos sistemáticos, os cépticos de encomenda, a serviço de credos bolorentos e falidos, que lutam desesperadamente para sobreviver, assim como os enfatuados da meia-ciência, que, não estudando a fundo os fenômenos, buscam sempre uma justificativa para negar a sua natureza espirítica, pretendendo explicá-los diferentemente, sem, contudo, chegar a uma conclusão lógica, sensata e, sobretudo, imparcial.
É dever dos espíritas mais aptos esclarecer os
que não possuem o recurso do estudo meticuloso da doutrina e da
fenomenologia espíritas. Os fatos espíritas não serão jamais modificados
pela atitude dos negadores, sejam eles de que procedência forem. Fatos
são fatos. Mas, é indispensável que, dentro do Espiritismo, procuremos
demonstrar que nem tudo quanto acontece é devido à interferência de
Espíritos.
Léon Denis, cuja autoridade permanece íntegra, tantos anos após a sua desencarnação, pelo equilíbrio de suas opiniões, pela pujança de seus argumentos e também pela pureza de seus sentimentos, afirma:
"Nada é mais prejudicial à causa do Espiritismo que a excessiva credulidade de certos adeptos e as experiências mal dirigidas". (1) E temos observado o acerto desse reparo. Já ouvimos pessoas de gabarito intelectual dizerem, com ares de superioridade, que os espíritas são vítimas da própria imaginação e aceitam como boas as fantasias que ouvem, que vêem ou que lêem ... Mas, convidados a ler alguma coisa de substancial sobre o Espiritismo, sorriem, sempre superiormente, e recusam o oferecimento ... Negam a luz porque estão de olhos fechados e não querem abri-los, por isto ou por aquilo ... Se há espíritas simplórios, há também espíritas instruídos, investigadores e desejosos de fatos reais.
O homem crédulo é dotado de boa fé; a si mesmo se engana inconscientemente e torna-se vítima de sua própria imaginação. Aceita as coisas mais inverossímeis e muitas vezes as afirma e propaga com entusiasmo extravagante. É isso um dos maiores estorvos para o Espiritismo, uma das causas que dele afastam muitas pessoas sensatas, muitos sinceros investigadores, que não podem tomar a sério uma doutrina e fatos tão mal apresentados. É preciso não aceitar cegamente coisa alguma. Cada fato deve ser objeto de minucioso e aprofundado exame. Só nessas condições é que o Espiritismo se imporá aos homens estudiosos e racionalistas. As experiências feitas superficialmente, sem conhecimentos de causa, os fenômenos apresentados em más condições fornecem argumentos aos cépticos e prejudicam a causa a que se pretende servir". (2)
Léon Denis, cuja autoridade permanece íntegra, tantos anos após a sua desencarnação, pelo equilíbrio de suas opiniões, pela pujança de seus argumentos e também pela pureza de seus sentimentos, afirma:
"Nada é mais prejudicial à causa do Espiritismo que a excessiva credulidade de certos adeptos e as experiências mal dirigidas". (1) E temos observado o acerto desse reparo. Já ouvimos pessoas de gabarito intelectual dizerem, com ares de superioridade, que os espíritas são vítimas da própria imaginação e aceitam como boas as fantasias que ouvem, que vêem ou que lêem ... Mas, convidados a ler alguma coisa de substancial sobre o Espiritismo, sorriem, sempre superiormente, e recusam o oferecimento ... Negam a luz porque estão de olhos fechados e não querem abri-los, por isto ou por aquilo ... Se há espíritas simplórios, há também espíritas instruídos, investigadores e desejosos de fatos reais.
O homem crédulo é dotado de boa fé; a si mesmo se engana inconscientemente e torna-se vítima de sua própria imaginação. Aceita as coisas mais inverossímeis e muitas vezes as afirma e propaga com entusiasmo extravagante. É isso um dos maiores estorvos para o Espiritismo, uma das causas que dele afastam muitas pessoas sensatas, muitos sinceros investigadores, que não podem tomar a sério uma doutrina e fatos tão mal apresentados. É preciso não aceitar cegamente coisa alguma. Cada fato deve ser objeto de minucioso e aprofundado exame. Só nessas condições é que o Espiritismo se imporá aos homens estudiosos e racionalistas. As experiências feitas superficialmente, sem conhecimentos de causa, os fenômenos apresentados em más condições fornecem argumentos aos cépticos e prejudicam a causa a que se pretende servir". (2)
Mesmo na intimidade das casas espíritas, é preciso haver mais rigor na observação das manifestações, de maneira a distinguir, das legítimas,
as que são produto da auto-sugestão, do animismo ou da simulação. Tal
cuidado se torna imprescindível, para a própria segurança dos serviços
mediúnicos. A mediunidade não se improvisa. O médium tem características
fáceis de notar. Alem disso, não é possível padronizar a faculdade,
dada a variedade de suas manifestações. O que se deve é observar cada
médium de per si, de modo a aproveitar ao máximo o potencial que ele
demonstrar possuir e, adequadamente, metodicamente, traçar-lhe o
programa de exercício para o apuramento dos seus dons. Não devemos
esquecer, em nenhum instante, que o "estudo da mediunidade prende-se
intimamente a todos os problemas do Espiritismo; é mesmo a sua chave",
segundo ainda a palavra de Léon Denis. Esse mesmo apóstolo da Terceira
Revelação, na obra a que nos estamos reportando, salienta que "a
mediunidade apresenta variedades quase infinitas, desde as mais vulgares
formas até as mais sublimes manifestações. Nunca é idêntica em dois
indivíduos, e se diversifica segundo os caracteres e os temperamentos.
Em um grau superior, é como uma centelha do céu, a dissipar as humanas
tristezas e esclarecer as obscuridades que nos envolvem". Em face de
tudo isso, é meridianamente clara a impossibilidade de se pretender
padronizar a mediunidade, como já tem sido tentado em alguns "centros".
Não nos podemos atribuir a condição de espírita se não nos empenhamos, seriamente, em praticar os deveres determinados pela nossa Doutrina, mesmo que o façamos com falhas, desde, porém, que nos anime o desejo permanente de melhorar mais e mais. Falíveis todos o somos. Uns, mais, outros, menos. A nossa vontade de progredir é que nos mostra até onde nos poderemos considerar espíritas. Se sentimos essa preocupação de vencer as nossas próprias deficiências, lutando contra nós mesmos, erguendo-nos depois de cada queda, com o propósito de diminuir os tombos, então já somos espíritas.
Não nos podemos atribuir a condição de espírita se não nos empenhamos, seriamente, em praticar os deveres determinados pela nossa Doutrina, mesmo que o façamos com falhas, desde, porém, que nos anime o desejo permanente de melhorar mais e mais. Falíveis todos o somos. Uns, mais, outros, menos. A nossa vontade de progredir é que nos mostra até onde nos poderemos considerar espíritas. Se sentimos essa preocupação de vencer as nossas próprias deficiências, lutando contra nós mesmos, erguendo-nos depois de cada queda, com o propósito de diminuir os tombos, então já somos espíritas.
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