Sou a fuga para alguns, a coragem para outros.
Sou o tambor que ecoa nos terreiros, trazendo o som das
selvas e das
senzalas. Sou o cântico que chama ao convívio
seres de outros planos.
Sou a senzala do Preto Velho, a ocara do Bugre,
a cerimônia
do Pajé, a encruzilhada do Exu, o jardim da Ibejada, o
nirvana do Indu e
o céu dos Orixás. Sou o café amargo e o cachimbo
do Preto Velho, o
charuto do Caboclo e do Exu; o cigarro da Pombo-Gira
e o doce da
Criança. Sou a gargalhada da Padilha, o requebro da Cigana,
a seriedade
do Tranca-Rua. Sou o sorriso e a meiguice de Maria Conga
e de Cambinda; a
traquinada de Mariazinha e Doum e a sabedoria de Urubatão.
Sou o fluído
que se desprende das mãos do médium levando a saúde e a paz. Sou o
isolamento dos orientais onde o mantra se mistura ao perfume suave do
incenso.
Sou o Templo dos sinceros e o teatro dos atores. Sou o
mistério,
o segredo, sou o amor e a esperança. Sou a cura. Sou de ti.
Sou
de Deus. Quem eu sou? Umbanda... —
com Luis Carlos Valdrez .
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