ABRA SUA MENTE



Fecha teus olhos,abre tua mente e teu coração para a Verdade ...,porque

Ela pode ser invisível aos olhos humanos.Mas não aos olhos da sua consciência







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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

CARTA PATERNA


         


Meu filho, não tinhas razão em favor da cólera.
Vi, perfeitamente, quando o velhinho se aproximou para servir-te.
Trazia um coração amoroso e atento que não soubeste compreender.
Deste uma ordem que o pobrezinho não ouviu tão bem, quanto desejavas.
Repetiste-a e, porque novamente te perguntasse qualquer coisa, proferiste
palavras feias, que lhe feriram as fi­bras mais íntimas.
Como foste injusto!...
Quando nasceste, o antigo servidor já ven­cera muitos invernos e servira
a muita gente.
Enfraqueceram-se-lhe os ouvidos, ante as imperiosas determinações alheias.
Nunca refletiste na neblina que lhe enevoa o olhar? Adquiriu-a trabalhando à
noite, enquan­to dormias, despreocupado.
Sabes porque traz ele as pernas trêmulas? Devorou muitas léguas a pé,
solucionando problemas dos outros.
Irritas-te, quando se demora a movimentar-se a teu mando. Contudo, exiges
o automóvel para a viagem de dois quilômetros.
Em muitas ocasiões, queixas-te contra ele. É relaxado aos teus olhos, tem
as mãos íles­cuidadas e a roupa não muito limpa. Entretanto, nunca imaginaste
que o apagado servidor jamais encontrou oportunidades iguais às que recebeste.
Além disto, não lhe ofereces o ensinamento amigo e nem tempo para cogitar da
s próprias necessidades espirituais.
Reclamas longos dias para examinar pequenina questão, referente ao teu
bem-estar; to­davia, não lhe consagras nem mesmo uma hora por semana,
ajudando-o a refletir...
Respondes, enfadado, quando o velho compa­nheiro te pede alguns níqueis,
mas não vacilas em despender pequenas fortunas com amigos ociosos, em
noitadas alegres, nas quais te mergu­lhas em fantasioso contentamento.
Interrogas, ingrato: que fizeste do di­nheiro que te dei?
Esqueces que o servo de fronte enrugada não dispôs de tempo e recurso para
calcular, com exatidão, os processos de ganhar além do necessário e não
conseguiu ensejo de ilustrar o raciocínio com o refinamento que caracteriza o teu.
Ah! meu filho, quando a impaciência te visita o espírito, recorda que o monstro
da ira indesejável te bate à porta do coração. E quando a ele te entregas,
Imprevidente tuas conquistas mais elevadas tremem nos alicerces.
Chego a des­conhecer-te porque a fúria dos elementos interiores te alteram a
Individualidade aos meus olhos e eu não sei se passas a condição de criança
ou de demônio!...
Se não podes conter, ainda, os movimentos impulsivos de sentimentos
Perturbadores, chegado o instante do testemunho cala-te e espera.
A cólera nada edifica e nada restaura... Apenas semeía desconfiança e
temor, ao redor de teus passos.
Não ameaces com a voz, nem te insurjas Contra ninguém.
É provável que guardes alguma reclamação contra mim, teu pai, Porque
eu também sou ainda humano. No entanto, filho, acima de nós ambos
permanece o Pai Supremo, e que seria de ti e de mim, se Deus, um dia,
se encolerizasse contra nós?
XAVIER, Francisco Cândido. Alvorada Cristã. Pelo Espírito Neio Lúcio

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