Nas ruas da vida em cada esquina da existência
Haverá sempre irmãos em penúria que por algum motivo
Não cabe a nós escrutar na ironia vulgar da desatenção
Que mesmo assim recebem asco e difamações
Por não entendermos que muitas vezes assim o são
Por necessidades excruciantes, reveses de situações
Onde perdendo a dignidade e olhando os filhos amados
Lacrimosos por um pedaço de pão na fome lancinante
Estilhaça o coração paterno que nunca ofereça pedra aos pequeninos
Notando a amada encurvada de pele engelhada por ofertar
De sua própria boca o alimento aos filhos desnutrindo-se
Angustiado dispõe-se de sua dignidade ofertando à vil preço
Seus poucos pertences e suas melhores roupas e calçados
No intento honrado de abastar e nutrir sua família amada
Não sentindo vergonha de vestir em panos rotos e sapatos velhos
Mendigando de porta em porta caridade esquecida
Mas nunca a desatenção e a palavra rude e ferina que colhe o coração
E lembrando as necessidades em humildade aceita o descaso
Busca-se um serviço, e maltrapilho avesso ao serviço útil
Se implorar a sobra do alimento é peso inútil na sociedade
Se vasculhar o lixo em busca de sobra se mostra nojento
E no cair da tarde volta ao lar iluminado por pequenos toco de vela
Água a faltar, roupas escassas e corpo a pedir higiene
E, no entanto, o que falta em muitos corações ali sobra a ser repartido
A confiança em dias melhores
A união de que vencerão juntos
E a partilha honesta nas sobras colhidas
Onde se ao menos uma vez fosse recordado que
Quem bate a porta pedindo auxilio e atenção em amor
Pode ser o Cristo a pedir para entrar e fazer parte de nossa vida
O egoísmo não seria chaga aberta a inutilizar o bem que nos compete...
-Irmã Carla-
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