Neste tópico quero homenagear as BENZEDEIRAS, pelo meno aqui no Rio de Janeiro.já nao encontramos mais, pessoas, com este dom.
As rezadeiras tem remédio para tudo. Não há doença que não se cure.
Espinhela caída, carne quebrada, cobreiro, quebranto, mal olhado,
doenças nervosas, encosto, doenças físicas, todos esses males tem
solução!
A tradição de cura através de rezas, banhos, chás e efusões, ainda é
presente na sociedade moderna. Apesar de resistir a poucos lugares e
quase nunca existente nos grandes centros, a cura medicinal sem
utilização de medicamentos farmacológicos, e a tradição das benzedeiras
ainda possuem um grande prestígio, em especial nos cidades interioranas.
O cantar silencioso, e o chacoalhar de ramos de ervas, traduz a
ciência de um povo, o conhecimento do cotidiano. Gripe, mal estar,
doenças crônicas, ou até mesmos doenças sem curas, tem sido amenizadas
pela utilização de receitas caseiras. O que a ciência leva anos em
pesquisa, tentando encontrar a cura por exemplo do câncer, as
benzedeiras, pelo seu conhecimento tradicional e cotidiano, já indicam
as possíveis formas terapêuticas de cura, até nos caso desenganados pela
medicina. Como explicar essa ciência popular? Como justificar a cura de
doenças tidas como "incuráveis" pela utilização de ervas naturais,
banhos e chás.
"As benzedeiras apelam para santos católicos, entidades de umbanda e
personagens folclóricos brasileiros. Santa Luzia é evocada para curar
males da visão. Com fé em Santa Brígida, a garantia do fim da dor de
cabeça. Se engasgar, é só rogar por São Brás. O Preto Velho tira o
mau-olhado de crianças. Aliar-se a São Jorge afasta ferimentos
provenientes das lâminas frias de armas brancas. A Escrava Anastácia
livra das perseguições e injustiças. Santos fortes para rezas fortes.
Mas, garantem os religiosos, maior que qualquer santo é a fé de quem
procura a bênção."
A cultura das benzedeiras é uma herança familiar. Geralmente numa
mesma família, a avó, o pai, a mãe, e tias também compartilham deste
"dom". Um conhecimento passado de geração para geração. “As rezas devem
ser mantidas em segredo. Caso contrário, quebram-se as forças, perdem o
poder” diz seu Galdino Ferreira da Silva, 79, de Cajazeiras (PB),
rezador famoso na sua cidade.
Mas as rezas não servem somente para pessoas, até mesmo os animais
podem ser livrados do mal. Cavalos, galinhas, cachorros, casas, objetos,
propriedades, tudo pode ser "benzido".
As benzedeiras acreditam no poder de suas atividades e se propõe
sempre dispostas a atender os que recorrem aos seus cuidados. “Não sei
ler, nem escrever. Rezar para os outros foi uma das melhores coisas que
aprendi na vida”, comenta Delecina Alves Pereira, 65, da Cidade de Ouro
Preto (MG).
Podemos enumerar algumas situações ligadas as atividades das benzedeiras:
OS MALES E AS REZAS
Quebranto
Também conhecido como mal olhado. Provoca moleza em crianças, sono e
irritação “Com dois puseram, com três eu tiro. Com as três pessoas da
Santíssima Trindade, que tira quebranto e mau-olhado, pras ondas do mar,
pra nunca mais voltar”
Espinhela caída
Dor na região do tórax, associada à debilidade física “Barquinho de
Santa Maria navega no mar sem emborcar. Levanta a sua espinhela, põe
tudo no seu lugar”
Carne quebrada
Dor muscular provocada por ferimentos internos “O que é que eu cosi?
Assim mesmo eu coso, osso rendido, nervo magoado, veia sentida, carne
quebrada. Assim mesmo eu coso, em louvor a São Frutuoso” A reza é feita
enquanto se costura um pedaço de pano com agulha e linha.
Erisipela
Doença infecciosa, que provoca inflamação da pele “Ezipa, erisipela,
deu no tutano. Do tutano deu no osso, do osso deu na carne, da carne deu
na pele, da pele vai pras ondas do mar sagrado, com o poder de Deus e
da Virgem Maria”
Adaptado do texto de João Rafael Torres.
Fica aqui a minha homenagem a estas benzedeiras, que atualmente nao encontramos com facilidade.
Tenho testemunhos em família de uma bisavó, grande benzedeira
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