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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

ZÉ PILINTRA E MALANDROS

  Zé Pelintra é uma personagem folclórica e espiritual das mitologias afro-brasileiras e regionais da umbanda e do catimbó (ou catimba) . Bastante considerado, especialmente entre os umbandistas, como o espírito patrono dos bares, locais de jogo e sarjetas (embora não alinhado com entidades de cunho negativo), é uma espécie de transcrição arquetípica do "malandro". No seu modo de vestir, bastante típico, Zé Pelintra é representado trajando terno completo na cor branca, sapatos de cromo, gravata grená ou vermelha e chapéu panamá de fita vermelha ou preta  
. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 
 
 
 
Zé Pilintra

Sou guia, sou corrente, egregora e proteção.
Sou chapéu, sou terno, gravata e anel.
Sou sertão, sertanejo, carioca, paulista,
alagoano e Brasileiro. Sou Mestre, Malandro,
Baiano, Catimbozeiro, dizem que sou Exu e Povo de Rua ,
outros dizem que não .
Eu sou faca, facão e navalha. Sou armada, cabeçada e rasteira.
Sou Lua cheia, sou noite clara, sou céu aberto.
Sou o suspiro dos oprimidos, sou a fé dos abandonados.
Sou o pano que cobre o mendigo, sou o mulato que sobe o
morro e o Doutor que desce a favela.Sou Umbanda, Catimbó
e Candomblé. Sou porta aberta e jogo fechado.
Sou Angola e sou Regional.
Sou cachimbo, sou piteira, cigarro de palha e fumo de corda.
Sou charuto, sou tabaco, sou fumo de ponta, sou brasa
nos corações dos esquecidos.





 ORAÇÃO SENHOR ZÉ PILINTRA 
Senhor Zé Pilintra, mensageiro de luz da nossa Santa Umbanda e de seus Orixás. Permitido por Deus, fazes parte daqueles que têm por missão proteger e defender as criações divinas e suas vibrações. Permiti, Senhor Zé Pilintra, que com vossos conhecimentos, possa eu ter meus caminhos abertos, meu corpo fechado e meu espírito defendido de todas as más vibrações. Conto com vossa proteção e ajuda, afim de não cair nas tentações e armadilhas do mundo terreno. CREIO NA SAGRADA UMBANDA CREIO NOS PODERES DE DEUS CREIO NA MAGIA DOS EXUS SARAVÁ UMBANDA SARAVÁ ESTRADA SARAVÁ SENHOR ZÉ PILINTRA EXU DE LEI QUE ME GUARDA Pela Médium Jovelina de Iansã 
                  ***


Noel Rosa é conhecido pela ironia de suas composições. Além da habilidade com a linguagem, o compositor era extremamente sensível aos temas do cotidiano, como os relacionados à dureza, ao vestuário, ao samba, à malandragem. Esta estrofe, de Com que Roupa?, samba de 1933, reúne todas estas coisas: ironia, dureza, vestuário e malandragem, ilustradas no encarte de lançamento da música. E serve de introdução ao problema deste texto: a eficácia simbólica do vestuário na construção da identidade social do malandro.

Os estudos sobre o malandro e a malandragem no Brasil encontram na linguagem mais do que um modelo de inspiração, na verdade é o que lhes garante o sentido sociológico. Comumente, o malandro é visto como alguém cuja esperteza se concretiza na lábia sedutora e na capacidade de aplicar contos aos otários ou, então, alguém que tem no samba um modo de discurso social. Ele é o porta-voz de setores populares ou da classe média brasileira2. Isto para não falar da malandragem como metáfora política (linguagem da fresta) em tempos de ditadura militar. Não é à toa Walt Disney ter escolhido o papagaio (animal conhecido pela sua capacidade de reproduzir a fala humana) para encarnar o simpático malandrinho Zé Carioca (1942). A fala do malandro, mais do que um discurso sobre a realidade, expressa uma ação simbólica por meio da qual esta realidade é significada.

Composição de Noel Rosa
Com que Roupa?
Eu hoje estou pulando como sapo
Pra ver se escapo
Dessa praga de urubu.
Já estou coberto de farrapo,
Eu vou acabar ficando nu:
Meu paletó virou estopa
E já nem sei mais com que roupa?
Com que roupa eu vou
Pro samba que você me convidou?

 
 
OS MALANDROS TAMBÉM SÃO CITADOS
CANÇÕES COM PERFIS EM COMBATE
Lenço no Pescoço, Wilson Batista

Meu chapéu de lado
Tamanco arrastando
Lenço no pescoço
Navalho no bolso
Eu passo gingando
Provoco e desafio
Eu tenho orgulho
Em ser tão vadio
Sei que eles falam
Deste meu proceder
Eu vejo quem trabalha
Andar no miserê
Eu sou vadio
Porque tive inclinação
Eu me lembro era criança
Tirava samba-canção
Comigo não
Eu quero ver quem tem razão.



Zé Pelintra , um mestre do Catimbó na Umbanda

Seu Zé Pelintra, assim como outros guias que trabalham no Catimbó, trabalha também na umbanda.

No Catimbó ele é Mestre, e por ser uma entidade diferente das que são cultuadas na umbanda, ele não trabalha numa linha específica, porém, sua participação mais ativa


seria na gira de baianos, exus e, em raros casos, pretos velhos. Seu Zé pode aparecer, portanto, em qualquer gira, desde que seu trabalho seja realmente necessário.

Apesar de ser um espírito "boêmio", "malandro" e brincalhão, este ente de luz, trabalha com seriedade e mesmo com a fama que possui, de beberrão, não é bem assim que as coisas funcionam. Seu Zé cobra muito de seus médiuns, cobra por seriedade, responsabilidade entre outras virtudes e é o primeiro guia que se afasta do médium quando este não segue seus conselhos e não adota a boa moral e conduta pregada por ele, ou seja, um "cavalo de Seu Zé", deve ser honesto, trabalhar com firmeza para o bem, para a caridade, não pode ser adúltero, beberrão, pois ele não admite isso de seu médium.

Muitos confundem, pois aquela imagem, de boemia, de adultério, de noitadas, jogos, prostituição, podem apenas ter sido passado dele, como eu disse, é um ente de luz que trabalha bem.

Salve Zé Pelintra! Salve todos os malandros de Umbanda!
 

 O malandro é um dos arquétipos mais perenes cravados no inconsciente coletivo do povo brasileiro. Personagem real e imaginário, ele suscita fascínio e medo, respeito e desprezo, amor e ódio na mesma proporção. Era e continua sendo visto como alguém cuja esperteza se concretiza na lábia sedutora e nos pequenos golpes aplicados contra os otários, apesar da imensa simpatia que o destaca no meio da massa. .. Mas o malandro do início do século XIX não existe mais. A figura que ainda nos vem à mente quando nele pensamos é a de Zé Pelintra, entidade de umbanda representada pelo negro de terno branco e chapéu panamá. Na música popular, o sambista Moreira da Silva se dizia "o último malandro": usava e abusava das gírias da malandragem e se vestiu, até o fim da vida, como os antigos boêmios da Lapa. Este personagem urbano perdurou até meados da década de 40, quando o samba, a capoeira e a macumba começaram a sair da marginalidade e passaram a ser aceitos como símbolos da nacionalidade. . A valentia perde sua razão de ser, quando o revólver substitui a navalha.  
 
 
Rapaz Folgado, Noel Rosa

Deixa de arrastar o teu tamanco,
Pois tamanco nunca foi sandália,
Tira do pescoço o lenço branco,
Compra sapato e gravata,
Joga fora esta navalha
Que te atrapalha.
Com o chapéu de lado deste rata,
Da polícia quero que te escapes
Fazendo um samba-canção.
Já te dei papel e lápis,
Arranja um amor e um violão.
Malandro é palavra derrotista
Que só serve pra tirar
Todo o valor do sambista.
Proponho ao povo civilizado
Não te chamarem de malandro
E sim de rapaz folgado. 

 
Houve um tempo em que o uso de determinada roupa era também um modo de dizer se o indivíduo era ou não malandro. Haja vista as inúmeras falas e as representações sobre o malandro, presentes nos discursos biográficos e artísticos da música, da literatura e do cinema, onde as evocações do estilo malandro sugerem a imagem de uma personagem, cuja indumentária se confunde com suas qualidades humanas. Por exemplo,

[...] veste calça de linho branco, uma camisa colorida, sapatos de duas cores. É um tipo sorridente, comunicativo, envolvente, como um camelô carioca. Quando não está 'desfilando' de Getúlio é mais exuberante de gestos, mais 'largado' no andar. Seu apelido define uma característica fundamental de sua personalidade: a simpatia algo malandra e irresistível9.

Assim, Dias Gomes e Ferreira Gullar apresentam Simpatia, o malandro, bicheiro e presidente de escola de samba e personagem central da peça Dr. Getúlio, sua Vida e sua Glória, de 1968. Trata-se de um nome que qualifica e referenda a imagem que se faz do malandro na sociedade brasileira

Malandro de antigamente, malandro autêntico, era homem, até certo ponto, honesto. Tinha dignidade, era consciente do seu valor, da sua profissão. Vivia sempre limpo, usava camisa de seda-palha com botões de brilhantes, gravata de 'tussot', branca, sapato tipo 'carrapeta' (salto mexicano, relançado ultimamente). Na cabeça, chapéu do Chile, de conto-de-réis. Os dedos cheios de anéis, a carteira estufada de cédulas de cem
Andar bem vestido fazia parte do ethos malandro. A qualidade e a sensibilidade que o caracterizam correspondem à sua elegância. Mais do que uma questão de vaidade ou gosto pessoal, andar elegantemente vestido era uma obrigação imposta moralmente ao malandro. De fato, quando lemos seus registros biográficos, fica a impressão de que a própria malandragem se tornou, até certo ponto, uma moda. Por exemplo, as lembranças do sambista Wilson Batista sobre a boemia na Lapa dos anos 30 evidenciam quão preso à moda estava o malandro:
[...] uma Lapa cheirosa, lindos cabarés, com cantoras de tangos argentinos e malandros de camisas de seda japonesa e anel de brilhante no dedo. Mulheres de suarés... Tudo é alegria, tudo é boêmia, tudo é perfume... No Cabaré Brasil, é o Bueno Machado o cabaretier que já dançou uma vez na Europa para uma rainha, no Royal Pigalle. Temos também o cabaretier Max, com sua elegância, pendurado numa linda piteira, no Cabaré Roxi. Temos o Quito, que é o apresentador de shows no Apolo e é também o Rei do Maxixe. E como esquecer o Tamberlique, que canta tangos e que já trabalhou em vários cassinos da Côte D'Azur. Era assim a Lapa... Os malandros se vestem à última moda com grandes alfaiates que costuram também para altos políticos

Toda esta preocupação estética do malandro com o vestuário acaba por revelar um pouco os contornos do sistema da moda, no Brasil da primeira metade do século passado, que aqui só posso anunciar
 qualificativo 'malandro' corrompeu-se com o tempo. Agora designa o indivíduo esperto, que não se deixa iludir, e, também, não se lamenta, salvo quando a cabrocha abandona o 'barraco'... Não é mais, pois, o malandro, homem da desordem, que agride, que mata. A navalha e o revólver foram substituídos pelo pandeiro, pelo violão, pelo cavaquinho. É tangendo esses instrumentos que ele 'desacata'. Aquele tipo clássico, de calças largas e inteiriças, de salto carrapeta, chapéu de banda, desapareceu. Civilizou-se. No lugar do lenço, a gravata. Não senta mais à beira do barranco para compor sambas. Vem para a Avenida. Usa roupas de bom alfaiate. A transformação foi completa. E explicável. Facilmente explicável. Valorizou-se a música popular. Habilidades foram aproveitadas. O povo canta. Os salões repetem. Dão sua arte, seu talento à poesia, à música popular, nomes de realce. O povo, que é sempre justo, aprecia, sente no interessante 'argot' das trovas musicais, nos queixumes e nas alegrias dos cancioneiros 'do morro' toda a policromia da própria vida que passa na simplicidade da verdade, que dia a dia nos depara. O homem das favelas, agora, vinga-se, zomba batendo chapéu de palha e tangendo o 'pinho', orando à lua, cuja luz entra pelos buracos do zinco, iluminando todo o 'barraco'.
 
 
 
 

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