A TRANSIÇÃO E A NECESSIDADE DE AMOR
Segundo Santo Agostinho (“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. III – Instruções dos Espíritos), nosso planeta se encontra em fase de transição, deixando a categoria dos mundos de Expiação e Provas e adentrando os mundos Regeneradores.
Recorrendo à 1ª obra da Codificação (“O Livro dos Espíritos”, 3ª parte – Das Leis Morais), encontraremos no 6º capítulo as perguntas do Codificador e as respostas oferecidas pelos Espíritos Puros, com referência à lei de Destruição.
De acordo com essa belíssima coletânea, antes da reconstrução das bases planetárias, deve haver a destruição de parte das antigas estruturas, que certamente já estão abaladas. Desfeitos os alicerces equivocados, o erguimento do mundo novo seria possibilitado.
Sabemos também que o progresso é uma das leis naturais que regem a vida do espírito imortal, não podendo ser postergado.
Nesse contexto, e pensando na infinita misericórdia e no sábio planejamento de Jesus, acreditamos que os irmão que há milênios estavam “escondidos” nas furnas umbralinas estão recebendo a última oportunidade de progredir e, quem sabe, permanecer na Terra regenerada, pós-transição. Uma última encarnação nesse mundo, ainda expiatório...
Por isso, nosso objetivo com essa singela reflexão é mostrar a urgência da vigilância e do amor ao próximo, nesse momento de reconstrução. Esses irmãos retirados dos esconderijos na escuridão, em sua esmagadora maioria, têm personalidade forte, não convivem bem com o semelhante, estando acostumado ao mando, ao poder.
Nossa paciência está sendo testada e treinada, nessas situações. Sem intenso amor ao próximo, dentro das bases ensinadas por Jesus e reforçadas pelo Espiritismo, não conseguiremos resistir ao bombardeio de injúrias, agressões, ingratidão, etc. Somente o amor vai nos manter fortes, nesse momento de aparente desordem.
Oferecendo-nos ensinamentos seguros a esse respeito, nosso Cristo nos ensina que ‘os sãos não precisam de médico’. Sendo as almas doentes as maiores necessitadas do Médico dos médicos, os cristãos que estão em processo de evangelização própria têm o dever de amparar essas criaturas, exemplificando a paciência, a humildade, o amor... Enfim, os talentos que conquistamos em nossa jornada evolutiva. Devemos oferecer a esses irmãos menores (pois filhos do mesmo Pai de amor infinito) aquilo que queremos para nós, segundo o ensinamento oferecido por Jesus. Pagar o mal (atitudes oriundas da ignorância espiritual) com o bem é urgência máxima, na fase que o planeta nos oferece.
O Evangelho é e sempre será o nosso manual de conduta, para que possamos atravessar essa reconstrução com relativa tranquilidade. Ali encontraremos a exemplificação de Jesus, e somente amando no limite de nossas forças poderemos suportar com sabedoria essa fase.o crime.
Há teóricos que defendem não haver adolescentes infratores em decorrência da pobreza, do abandono ou da falta de oportunidade de estudo ou trabalho, mas como reflexos de exposições seguidas a circunstâncias de deficiência moral e que se confiam ao crime por vontade própria. Em sentido contrário a esse argumento, surgem as vozes dos que propagam o argumento de que o adolescente marginalizado é, em grande monta, vítima de desigualdade social, pois que não tem Compete observar que a violência entre os menores tem aumentado e nem sempre tem conotação econômica, arredando substancialmente a tese das condições subumanas a que são jugulados os jovens, principalmente nas grandes cidades, e que os desviariam para o crime. Ressalte-se que o número de adolescentes infratores egressos da classe A (alta) e B (média) tem aumentado, no mundo inteiro. As causas da marginalidade entre os adolescentes são, pois, muito extensas, não se reduzindo exclusivamente à ociosidade, pobreza, fome ou descaso social. Acerca-se também pela esguelha das malfazejas companhias, constituição de gangues, aglomerações de pessoas insensatas, etilismo, drogas, meretrício, insolência religiosa ou ética e anseio orientado para o crime, configurando-se como causas importantes.
André Luiz assevera que “a criança sofre de maneira profunda a influência do meio. Por isso é urgente passar-lhe a noção de responsabilidade nos deveres mínimos como o ponto de partida para o cumprimento das grandes obrigações sociais. Não permitir que as crianças participem de reuniões ou festas que lhes conspurquem os sentimentos e, em nenhuma oportunidade, oferecer-lhes presentes suscetíveis de incentivar-lhes qualquer atitude agressiva ou belicosa, tanto em brinquedos quanto em publicações.”. (2)
Concebemos que o sedutor universo fashion, a TV e a internet, ao colonizarem as residências (edificação material da casa) e lares (aspirações da família), exacerbaram nas crianças o despertar prematuro para uma realidade desnuda e inumana, o que equivale a afiançar que elas foram arrebatadas do seu mundo de alegoria e dirigidas para a inversão dos valores morais, espicaçadas também pela arrogância dos pais. Assim sendo, a estação de inocência e tranquilidade infantil foi diminuindo.
Cada vez mais cedo, e com maior magnitude, as excitações da adolescência germinam adicionadas pelos diversos e desencontrados apelos das revistas libertinas, da mídia eletrônica, das drogas, do consumismo impulsivo, do mau gosto comportamental, da banalidade exibida e outras tantas extravagâncias, como espelhos claros de pais que vivem alucinados, estancados e desatualizados, enjaulados em seus quefazeres diários e que jamais podem demorar-se à frente da educação dos próprios filhos.
Sejamos atentos à verdade de que educar não se abrevia apenas a fornecimentos de abrigo e alimento do corpo extinguível. A educação, por significado, funda-se na base da constituição de uma sociedade profícua. A tarefa que nos cumpre alcançar é a da educação das crianças e jovens pelo padrão de total dignificação moral sob as bênçãos de Deus. Nesse sentido, os postulados Espíritas são antídotos contra todas as deletérias armadilhas humanas, posto que aqueles que os distinguem têm consciência de que não poderão se eximir dos seus encargos sociais, sabendo que o amanhã é uma implicação do presente. Assim, é imperativo identificarmos no coração infanto-juvenil o arcabouço da futura geração saudável.
Jorge Hessen
http://jorgehessen.net
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